Igor Mundstock alerta sobre escassez global de cobre devido à alta demanda, transição energética e tensões comerciais entre China e EUA.
Principais Pontos
- A demanda por cobre na China atingiu níveis históricos, com um aumento de 24,4% em abril.
- Há duas cotações de cobre no mercado: COMEX (EUA) e LME (Londres), com preços divergentes devido a tarifas comerciais.
- O spread entre os preços nos EUA e no mundo tem incentivado a arbitragem, drenando estoques globais.
- Os estoques globais de cobre podem cair até 50% até o terceiro trimestre de 2025, segundo o Goldman Sachs.
- A transição energética e o aumento da produção de veículos elétricos impulsionam a demanda por cobre.
- Políticas monetárias expansionistas na China têm apoiado a demanda por cobre, apesar da deflação econômica.
- A possibilidade de tarifas de até 25% sobre o cobre nos EUA impacta diretamente o mercado global.
- Desde 2002, o preço do cobre segue uma tendência de alta devido à crescente demanda global.
Resumo
O mercado global de cobre enfrenta um momento de alta volatilidade, segundo Igor Mundstock, especialista no setor. A crescente demanda pela commodity, impulsionada principalmente pela transição energética e pela produção de veículos elétricos, tem levado a um cenário de escassez iminente.
A China, maior importadora de cobre do mundo, registrou um aumento de 24,4% nas importações do metal apenas em abril. Isso reflete a resiliência da demanda chinesa, mesmo diante de um cenário econômico marcado por deflação. Além disso, políticas monetárias expansionistas no país têm contribuído para sustentar a procura pela commodity.
Uma das peculiaridades desse mercado é a existência de duas cotações distintas para o cobre: a COMEX, nos Estados Unidos, e a LME, em Londres. Atualmente, o preço nos EUA é significativamente mais alto devido às preocupações com possíveis tarifas de importação. Esse spread tem incentivado operações de arbitragem, onde investidores compram cobre em mercados mais baratos e vendem no mercado americano, drenando os estoques globais.
O Goldman Sachs estima que, até o terceiro trimestre de 2025, cerca de 50% dos estoques globais de cobre estarão concentrados nos Estados Unidos, deixando o restante do mundo com estoques extremamente baixos. Esse cenário é agravado pela crescente demanda global impulsionada por projetos de transição energética, como carros elétricos, data centers e sistemas de refrigeração, que utilizam volumes significativos de cobre.
Embora o mercado de cobre seja sensível às condições econômicas globais, a tendência de alta nos preços do metal se mantém desde 2002. Segundo Mundstock, é improvável que o preço do cobre caia drasticamente, a menos que ocorra um evento econômico significativo.
Por fim, Igor destaca que o cenário atual exige atenção dos investidores, especialmente aqueles interessados no setor de mineração. A escassez de cobre e a volatilidade do mercado podem representar tanto riscos quanto oportunidades para quem acompanha de perto os movimentos dessa commodity essencial.
Explicando os Termos
- COMEX: Bolsa de Mercadorias de Nova York, onde são negociados contratos futuros de metais como o cobre.
- LME: London Metal Exchange, principal bolsa de metais não ferrosos do mundo.
- Arbitragem: Estratégia de compra e venda de ativos em mercados diferentes para lucrar com a diferença de preços.
- Transição energética: Processo de mudança para fontes de energia mais limpas e renováveis, como energia solar e eólica.
- Spread: Diferença de preço entre dois mercados ou produtos financeiros.